quinta-feira, 21 de março de 2013

Projeto Pedagógico - São Cristóvão




UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE HISTÓRIA LICENCIATURA



PROJETO PEDAGÓGICO:




AULA SOBRE A HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DA CIDADE DE SÃO CRISTÓVÃO/SE




Projeto Pedagógico apresentado ao Prof. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa, professor da disciplina Temas de História de Sergipe I, tendo como meta realizar atividades pratica referente a II unidade da disciplina, proposta no planejamento acadêmico do período 2012.2






São Cristóvão,
Março de 2013.









PROJETO PEDAGÓGICO



TÍTULO:
Aula sobre a história da formação da cidade de São Cristóvão/SE


RESPONSÁVEL:
ANTÔNIO LINDVALDO SOUSA
Professor Dr. da Disciplina Temas de História de Sergipe I



ALUNO  
Marcus Vinícius Gomes da Fonseca











São Cristóvão
Outubro de 2013.




            I – APRESENTAÇÃO

           O presente projeto constitui-se numa ferramenta que irá discriminar, passo a passo, os alicerces para a construção da aula ministrada sobre a história da formação da cidade de São Cristóvão.
A fim de concretizar os objetivos propostos, iremos realizar uma leitura crítica e reflexiva dos textos obrigatórios e complementares da disciplina, os quais estão indicados  nos textos da segunda unidade.
Tal leitura fornecerá subsídios necessários à compreensão da aula a ser ministrada pelo graduando responsável sobre a história a localidade já citada, a fim de aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos, e levar maiores conhecimentos sobre a cultura da cidade.

http://thiagofragata.blogspot.com.br/2012/02/pitadas-de-historia-v.html




II - JUSTIFICATIVA

O presente projeto intitulado Aula sobre a história de formação da cidade de São Cristóvão, pertence à disciplina Temas de História de Sergipe I, do curso de História licenciatura da Universidade Federal de Sergipe. Ele surgiu da necessidade de proporcionar aos alunos um momento de reflexão acerca da História de São Cristóvão, bem como os trâmites da conquista e colonização do território sergipano.

III– OBJETIVOS:

3.1. Objetivo Geral:

Levar os alunos a compreenderem a importância da formação histórica de São Cristóvão, e a consequente ocupação e transformação de Sergipe no período da colonização da Capitania no século XVI.


3.2. Objetivos Específicos:

·  Relacionar a história da formação de S. Cristóvão com a consequente conquista empregada pelas forças comandadas por Cristóvão de Barros;
·   Elencar os fatores resultantes no processo de conquista de Sergipe, ocorrida em 1590;
·   Apresentar suas consequências;
·    Falar sobre as 3 transferências da cidade ocorridas no processo de formação da mesma ;
·    Instalação das Ordens Religiosas na localidade, e as edificações da igrejas;
·    Formação da Praça (Adro) de São Francisco;


IV – PÚBLICO-ALVO

Alunos do 7° Ano do Ensino Fundamental, da Escola Ofenísia Freire (Bairro Suissa) – Rede Privada de Ensino.

V - METODOLOGIA

       Para atingirmos os objetivos propostos referentes a este projeto, desenvolvemos os seguintes procedimentos metodológicos:

- Contextualização dos textos estudados na disciplina Temas de História de Sergipe I, ministrada pelo prof. Antônio Lindvaldo;
- Preparação e organização do conteúdo programático para ser exposto na aula;
- Elaboração do Projeto Pedagógico;
- Relação da história de S. Cristóvão como fruto do processo de conquista do território sergipano;
- Utilização de recursos tecnológicos – registro de imgem: câmera fotográfica;
- Uso de recursos didáticos, por parte dos alunos, para anotações sobre a aula.
- Visita ao Museu de Arte Sacra, como forma de ampliar os conhecimentos á história local.

             VI – CRONOGRAMA

Atividades
Período
Contexto e preparação da aula expositiva sobre a cidade de S. Cristóvão
19 de Março de 2013
Aula Ministrada aos alunos
21 de Abril de 2013
Publicação do projeto pedagógico no blog
22 de Abril de 2013

VII – ROTEIRO DA AULA EXPOSITIVA (SÃO CRISTÓVÃO)
1- 07:00h - Encontro dos alunos e do graduando em Lic. História no ponto central do Adro do São Francisco
2-  07:30h – Início da aula, ministrada pelo graduando Marcus Vinicius Gomes da Fonseca
3-  09:00h – Término da aula;
4- 09:10h – Visualização geral do Adro do São Francisco, contando com o recurso da máquina fotográfica como instrumento de registro da localidade
5-  09:30h – Visita aos entorno da Praça São Francisco;
6-  10:00h – Visita ao Museu de Arte Sacra de São Cristóvão;
7-  11:00h – Finalização da visita.

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:praçasaofrancisco

VIII – BIBLIOGRAFIA

BARRETO, Aníbal. Fortificações no Brasil - Resumo Histórico. Rio de Janeiro. BIBLIEX, 1958, p. 358.

NUNES, Maria Thetis. Sergipe Colonial I. São Cristóvão: Editora da UFS; Aracaju: Fundação Oviedo Teixeira, 2006.

SOUSA, Antônio Lindvaldo. Caminhos da colonização da capitania sergipana: a sociedade do couro no final do século XVI ao XVIII. In: Temas de História de Sergipe II. São Cristóvão: UFS/CESAD, 2010.

SOUSA, Antônio Lindvaldo. Temas de História de Sergipe I. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe/ CESAD, 2007.

Localização geográfica de São Cristóvão a partir da ferramenta - Google Earth


segunda-feira, 18 de março de 2013

Fortalezas (fortes) do Brasil - Parte II

FORTE DE são cristóvão - são cristóvão/se

 


* texto retirado do site: http://fortalezas.org/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=203



O Forte de São Cristóvão localizava-se na margem direita da foz do rio Irapiranga (atual rio Sergipe), no litoral do Estado de Sergipe.
SOUZA (1885) refere que nenhuma obra de defesa existia na Província de Sergipe à época (1885), nem mesmo as ruínas de um forte erguido ao norte do rio Real em 1589, a fim de defender a nascente povoação de São Cristóvão, assim denominada em homenagem a D. Cristóvão de Moura, vice-Rei de Portugal durante a União Ibérica (1580-1640) sob o reinado de D. Filipe I (1580-98) (Op. cit., p. 90; GARRIDO, 1940:83).

             O Governador Geral (interino) Cristóvão Cardoso de Barros (1587-91) organiza, em fins de 1589, uma expedição para a colonização do Serygipe, coibindo a presença francesa aliada aos indígenas naquele litoral (BARRETTO, 1958:164). Desse modo, no início do ano seguinte (jan/1590), derrota às margens do rio Irapiranga (atual rio Sergipe) as forças dos índios Caeté sob o comando do cacique Boipeba, capturando cerca de 4.000 indígenas. Funda em seguida, à margem direita do rio, a povoação de São Cristóvão, iniciando, para a sua defesa, um forte sob a invocação do mesmo santo (Forte de São Cristóvão). Simples paliçada em faxina e terra, BARRETO (1958) dá-a como artilhada na ocasião com seis peças (Op. cit., p. 164) de pequeno calibre.

Por razões de segurança a cidadela será transferida poco depois para um ponto elevado entre o rio Poxim e o litoral, e finalmente, em 1607, para o seu local atual, quatro léguas adentro da enseada do rio Vaza-Barris. Cristóvão de Barros determina a construção de um presídio e de um armazém bélico, que deixa a cargo do capitão Rodrigo Martins, antes de retornar para os seus domínios na Bahia, ao sul do rio Real.

No contexto da Guerra Holandesa (1630-54), a Capitania do "Serygipe del Rey" é invadida e saqueada por tropas holandesas, sob o comando do Conde Johan Maurits van Nassau-Siegen (1604-79), que atravessam o rio São Francisco em perseguição das tropas de Giovanni de Sanfelice, Conde de Bagnuolo (nov/1637). A cidade de São Cristóvão será saqueada e incendiada por Sigismund van Schkoppe (BARLÉU, 1974:65), tendo sido arrebanhadas milhares de cabeças de gado para abastecimento dos invasores. Como as fontes holandesas consultadas não mencionam esta fortificação, é lícito acreditar que a mesma, à época, não mais existisse, ou não tivesse oferecido resistência significativa.


Quando da Restauração portuguesa (1640), Nassau "(...) determinou dilatar o território da Companhia [das Índias Ocidentais], anexando-lhe primeiramente o Sergipe del Rei, região antes deserta e do primeiro ocupante. Com esse fim, partiu para alí com tropas André, governador do forte Maurício no Rio de São Francisco. Tendo munido prévia e providamente a sua fortaleza, , invadiu aquela capitania, cingiu com trincheira uma igreja alí existente, construiu um arsenal e fortificou a vilazinha contra os assaltos do inimigo.

A causa desta expedição foi porque, situada essa região entre a capitania da Bahia e as terras do domínio holandês, era vantajosa para a defesa das nossas fronteiras, abundava de gado e dava mais de uma esperança de minas." (BARLÉU, 1974:211). A capitania será reconquistada por forças portuguesas em 22/set/1645.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Fortalezas (Fortes) do Brasil - Parte I



FORTE DE NOSSA SENHORA DO PÓPULO E SÃO MARCELO - Salvador/BA




* Texto retirado do site: http://fortalezas.org/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=83


O Forte de São Marcelo localiza-se sobre um pequeno banco de recifes a cerca de 300m da costa, no porto, fronteiro ao centro histórico de Salvador, no litoral do Estado da Bahia.

Vista da parte superior do Torreão Central do Forte São Marcelo. Ao fundo, o Centro Histórico de Salvador - Foto: Roberto Tonera. Maio, 2009.


A sua concepção primitiva remonta a 1608 com risco do Engenheiro-mór e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias da Mesquita (1603-34). Alguns autores atribuem-no ao Engenheiro-mór de Portugal, o cremonense Leonardo Turriano, em 1605. Encontra-se figurado por João Teixeira Albernaz, "o velho" (Planta da Cidade de Salvador, 1616. Mapoteca do Itamaraty, Rio de Janeiro), como "Forte sobre a laje do porto que se há de fazer", a ser artilhado com seis peças, apresentando o formato de polígono quadrangular regular. Terminado em 1623 no Governo Geral de D. Diogo de Mendonça Furtado (1621-24), foi artilhado inicialmente com dezenove peças de diversos calibres (BARRETTO, 1958:174). Durante a invasão holandesa de 1624, foi a primeira praça ocupada pelos holandeses, que dele dispararam balas incendiárias que aterrorizaram os moradores de Salvador, facilitando a invasão. Em abr-mai/1638, durante a tentativa de invasão do Conde Johan Maurits van Nassau-Siegen (1604-79), teria papel decisivo, mantendo a esquadra holandesa à distância.

Detalhe do atracadouro do Forte São Marcelo - Foto: Roberto Tonera. Maio, 2009.


Sua reconstrução foi determinada pela Carta-régia de 04/out/1650 (SOUZA, 1885:93), no Governo Geral de João Rodrigues de Vasconcelos e Souza (1649-54), reforçando a defesa do porto de Salvador, proporcionada pela Bateria da Ribeira, o Forte da Gamboa e o Forte de São Pedro, com os quais cruzava fogos.

A nova obra, a cargo do Engenheiro francês Felipe Guiton, posteriormente substituído pelo seu conterrâneo Pedro Garcin, tem a planta no formato circular, constituindo-se num torreão central de 15 metros de altura, envolvido por um anel formado pelo terrapleno perimetral, com a mesma altura. No interior do torreão central localizam-se os Quartéis da tropa e a Cisterna, e no interior do terrapleno perimetral, a Cozinha, as dependências do Comandante, e o Corpo da Guarda. Estas salas, retangulares, têm cobertura em abóbada de berço, e exceto as situadas à direita do portão de entrada, não tem comunicação entre si, apenas o vão da porta que se abre para o corredor circular separando o anel perimetral do terrapleno central. 

A construção é em cantaria de arenito até a linha d'água e o restante em alvenaria de pedra irregular, rara no país, uma vez que se encontra completamente dentro do mar, como o Forte da Laje no Rio de Janeiro. Concluída apenas em 1728, no governo do Vice-rei D. Vasco Fernandes César de Menezes (1720-35), encontra-se representado em iconografia de José Antônio Caldas (Planta e fachada do forte do Mar N. Srª do Populo, e S. Marcelo. in: Cartas topográficas contem as plantas e prospectos das fortalezas que defendem a cidade da Bahia de Todos os Santos e seu reconcavo por mar e terra, c. 1764. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa). Sofreu reparos no governo do Vice-rei D. Marcos de Noronha e Brito (1806-08), quando foi artilhado com quarenta e seis peças de bronze e ferro, de diversos calibres (GARRIDO, 1940:89).

Canhão que encontra-se no acesso principal do Forte São Marcelo - Foto: Roberto Tonera. Maio, 2009.

A partir do século XIX, o forte esteve envolvido na maioria dos conflitos políticos em Salvador, desde a Guerra da Independência (1822-23), onde João das Botas (líder da frota de canoas e de saveiros que bloqueava o porto de Salvador) hasteia uma bandeira verde e amarela (02/jul/1823) nesta fortificação abandonada pelas tropas portuguesas sob o comando do Coronel Inácio Luís Madeira de Melo (1775-1833) em retirada (SOUZA, 1885:73), como a Revolução federalista dos Guanais (1832-33), e a Insurreição dos Malês (1835). Como prisão política, durante a Guerra dos Farrapos (1835-45) recolheu o líder farroupilha Bento Gonçalves (1788-1847), que de lá escapou (10/set/1837) após ter sido vítima de uma tentativa de envenenamento. Durante a Sabinada (1837-38), foi o último reduto dos revoltosos republicanos, ali tendo sido aprisionando em seguida, entre seus líderes, o cirurgião Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira (1838).

No contexto da Questão Christie (1862-65), o "Relatório do Estado das Fortalezas da Bahia" ao Presidente da Província (03/ago/1863), dá-o como reparado (ROHAN, 1896:51), citando: "Demora no meio do porto desta Cidade, defronte do Arsenal de Marinha e a 760 braças do Forte da Gamboa, que lhe fica a N. É circular, à barbeta, com o desenvolvimento de 1.212 palmos e monta 30 peças de calibre 32.
Está pronto; mas convém que o terrapleno do lado de terra seja cimentado, completas as guardas das rampas, outras ligeiras reparações e substituição de ferragens do portão e janelas." (Op. cit., p. 58-59).

Passou, a partir desse ano (1863), para a jurisdição do Ministério da Marinha, utilizado como Quartel da Companhia de Aprendizes Marinheiros tendo voltado a ser subordinado ao Ministério da Guerra em 1880, quando sofreu reparos para acantonar um destacamento de Artilharia (GARRIDO, 1940:90). Sobre o portal de entrada, o escudo de armas do Império foi mutilado após a proclamação da República (1889), quando a coroa monárquica foi substituída por uma estrela de cinco pontas. Tomou parte no bombardeio da cidade, juntamente com o Forte do Barbalho e com o Forte de São Pedro (10/jan/1912), no contexto da Política das Salvações do Presidente da República, Hermes da Fonseca (1910-14). Na ocasião foram alvejados o Palácio do Governo, a Prefeitura Municipal, o Teatro de São João (GARRIDO, 1940:92) e a Biblioteca Pública de Salvador, tendo esta última se incendiado em decorrência, com a perda de importantes documentos históricos do Arquivo da Bahia. 

Espaço adaptado para abrigar exposições no Forte São Marcelo - Foto: Roberto Tonera. Maio, 2009.

Com uma área total construída de 2.500m2, foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1938. Após quatro décadas de fechamento, foram procedidos trabalhos de restauração (1978-83) pelo IPHAN, abrigando o Museu Arqueológico do Mar, voltado para o modelismo naval e a arqueologia submarina, com acervo do Serviço de Documentação Geral da Marinha e o apoio do 2º Distrito Naval.